quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Políticos

De acordo com um estudo do Reader's Digest, 97% dos portugueses inquiridos revela uma total desconfiança perante os políticos do seu país.
Posto isto, o único comentário que tenho a fazer a esta "constatação" resume-se a uma infeliz mas apropriada expressão:

"DUH"!

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Ensino universitário

Em plena época de exames, parece-me assaz apropriado escrever qualquer coisa sobre o fétido sistema de ensino português, nomeadamente o universitário.
Eis os "Top 5" da lista de anomalias do dito sistema de ensino:

1- Avaliação contínua: Afinal de contas, para que é que isto serve, se no fim tudo se resume a uma frequência ou exame que, mediante duas ou três questões formuladas através de um método semelhante ao da lotaria, ditará o destino do aluno? Qual é o sentido de fazer um esforço tremendo para ir assistir diariamente a aulas muitas vezes monótonas e inúteis, quando no fim esse esforço é simplesmente menosprezado em favor de duas ou três respostas escritas numa folha de ponto? Aparentemente nenhum. Mas e daí, são poucas as coisas que fazem sentido neste país...

2- "Palha" a mais: Num mundo em constante mudança e ruptura com o passado, muitas universidades portuguesas insistem em formar os seus alunos com disciplinas fudamentalmente teóricas, filosóficas, ricas em cultura geral, mas absolutamente inúteis para a posteridade. Alguns dirão que os licenciados "sairão da faculdade com um nível cultural superior ao de muitos outros", mas a verdade é que não é a cultura que permite alcançar o salário mínimo - são as competências técnicas adquiridas através de experiências fundadas na prática. Ironicamente, os candidatos com maior probabilidade de obter emprego são aqueles dotados de uma média nem muito alta nem muito baixa (uma média média, por assim dizer), porque no fundo, as entidades empregadoras estão sobretudo interessadas em trabalhadores modestos e "moldáveis" e não em sabichões que não se contentam com um salário inferior a 5000 euros...

3- Flexibilidade e Inovação: Juntemos o tópico anterior à crescente necessidade de formar licenciados flexíveis e inovadores e vejamos o que acontece: uma salganhada autêntica! Como poderá alguém inovar quando passa a licenciatura "agarrado" a matérias do passado? E no entanto, o discurso repetitivo de muitos professores universitários é: "Inovem! Sejam originais e diferentes! Sejam flexíveis!". Mas há uma parte fundamental que é omitida neste discurso: "Como? Isso agora já não sei. Também estou-me nas tintas, já tenho a minha vida feita. Vocês que se amanhem!"

4- Extinção de cursos: Parece estar cada vez mais na moda a extinção de cursos com pouca ou nenhuma saída, em grande parte por motivos financeiros. Aparentemente, os responsáveis pelo financiamento universitário sentem que o dinheiro que empregam em tais cursos é dinheiro mal gasto, podendo quiçá servir propósitos muito melhores, tais como uma casa de férias nas Bahamas. E por conseguinte, nada melhor do que extinguir esses cursos que, a seu ver, para nada servem. Esquecem-se no entanto que há sempre pessoas interessadas em inscrever-se nesses cursos e que apenas não têm saída porque este país não a proporciona, levando-as a tentar a sua sorte no estrangeiro. Que país é aquele que não se compromete a ajudar os seus cidadãos a concretizar os seus sonhos, catalogando-os como dispensáveis ou inúteis para a sociedade? Se a solução mais fácil é extinguir os cursos em vez de promover condições para os futuros licenciados dos mesmos, então qualquer dia restarão apenas dois cursos em Portugal: "Arrumação de Veículos" e "Prostituição".

5- Propinas: Como é tradição deixar o melhor para o fim, aqui vai a bomba-H. Desde que me lembro, as propinas sempre foram alvo de crítica por parte dos estudantes - e com razão! Nestes últimos anos, o valor das propinas (tanto em faculdades privadas como públicas) tem aumentado gradualmente. Consta, no entanto, que o valor das propinas vai estagnar até 2009. Por um lado parece-me improvável, uma vez que muitas faculdades que ainda não adoptaram o valor máximo da propina poderão e irão certamente fazê-lo. Mas o que importa aqui é o suposto motivo para a "estagnação": atrair um maior número de jovens para o ensino universitário. Pode ser só impressão minha, mas não será por causa do valor elevado das propinas que não ingressam mais pessoas na universidade? E se se estagnar esse valor, os resultados não continuarão a ser os mesmos? A lógica não seria então diminuir em vez de estagnar? E depois, para que serve haver mais estudantes universitários, se no fim se queixam de haver cursos a mais e desemprego a mais?
E além disso, que terrível subversão é esta em que alguém tem de pagar pelo seu próprio esforço, não recebendo qualquer tipo de remuneração? Não costuma ser ao contrário? Se a remuneração fosse o conjunto de notas (favoráveis) atribuídas às frequências e exames que os alunos são obrigados a fazer, ainda faria algum sentido - pagam um serviço, em troca as suas necessidades são satisfeitas. Esta lógica aplica-se em todo o lado excepto nas universidades, em que os estudantes pagam (e bem!) um serviço e muitas vezes são pessimamente servidos, obrigados a repetir a dose e a pagá-la. Se estão a pagar pelo seu próprio mérito (visto que o esforço para nada conta) e no fim ainda terão de pagar o diploma, seria apenas justo que lhes fossem atribuídas as notas e os valores que desejassem!

Resumindo, a verdade é esta: o sistema de ensino português é um circo e os estudantes não são mais do que feras amestradas que fazem habilidades para o entretenimento de outrem. E se a caldeirada já é picante como é, imagino como será com molho à bolonhesa...

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

A pior invenção do século

Existem vários termos para identificar as várias tendências sexuais de ambos os sexos mas parece que as pessoas nao se cansam de os inventar, ao que parece alguém se lembrou de criar um novo e apesar de ter uma terminação igual a muitos outros, não parece ter muito a ver com sexo, eu diria até que foi algo inventado por alguém que não tinha melhor maneira de gastar o seu tempo, ou então é falta de queca, o que significa que anda mesmo a gastar mal o seu tempo.
Estou certo de que já ouviram falar da Metrossexualidade. Ora quem não conhece o significado do termo, neste preciso momento possívelmente pensa, que se trata de alguém que faz sexo no metro, mas não, antes fosse ao menos faria sentido. Para os menos atentos, aplica-se este termo ao homem que cuida da sua estética. Isto dá que pensar e a primeira ideia que me vem à mente é, quando as mulheres começaram a fazer penteados novos e usar cremes, ninguém lhes chamou "estéticossexuais" ou algo parecido.
Até ja se vêm os anúncios a vender cremes para homens, o que é legítimo, quem quer usa quem não quer não usa, resta saber é se precisamos mesmo deles.
Metrossexual ou não, aqueles que gostam de fazer sexo no metro nao se preocupem e aqueles que desejam cuidar da sua aparência não deixem de o fazer ainda que vos chamem de algo "abichanado", pois homem que é homem até saias veste, têm é que ser escocesas!

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

YouTube

Se há coisa que faz parte do dia-a-dia de um internauta, é o "YouTube", espaço virtual onde são feitos "uploads" de vídeos diversos. Internauta que sou, utilizo esse "site" frequentemente, sobretudo em busca de videoclips de músicas antigas ou que não passam na TV (isto deve-se em grande parte à praga hip-hópica que assolou canais musicais outrora prestigiados, como a MTV, roubando assim tempo de antena à música "verdadeira").
O "YouTube" é de facto uma ferramenta útil para os amantes de videoclips musicais (e não só), mas a parte que estraga tudo é, ironicamente, aquela que está relacionada com o princípio democrático da liberdade de expressão. Parece que há certos e determinados casos em que uma pitada de censura não ficava nada mal; senão, vejamos alguns dos comentários que são colocados sob os vídeos, escritos pelos energúmenos mais mentecaptos que se possa imaginar.
Isto verifica-se essencialmente na presença de videoclips de músicas recentes, onde os comentários em questão são tecidos por uma população relativamente jovem. Cedo se torna possível constatar que, para além de uma gramática e uma semântica absolutamente horripilantes (por cá também se assiste a isso, nos programas interactivos da MTV portuguesa ou no já extinto rodapé do ainda mais extinto canal "Sol Música"), são exaltados valores que transcedem a noção de cultura, civismo e moral... obviamente, pela negativa!
Uns dirão que, se não somos fãs de Slipknot, não temos qualquer gosto musical e ainda por cima teremos elevadas probabilidades de sermos "gay", rematando tal discernimento com um "fuck off and die!"; outros lamentarão o facto de este ou aquele cantor ser "gay" os impedir de apreciar a sua música, porque aparentemente as suas almas serão sodomizadas pelo espeto em brasa de Belzebu, se desenvolverem em vida algum interesse pela música de tais indivíduos. A homofobia parece ser um tema recorrente nestes comentários que frequentemente se transformam em discussões acirradas entre comentadores - e a maioria dos autores de mensagens homofóbicas parece ser oriunda da terra da liberdade e da tolerância, a Bushlândia.
Seja como for, a verdade é que os americanos também já têm planos para Portugal: descobri recentemente, ao visualizar os comentários ao famigerado videoclip dos Nickelback em concerto no festival da Ilha do Ermal, que os Estados Unidos vão invadir, destruir e colonizar Portugal devido aos danos causados a essa banda (que nem sequer é americana, mas sim canadiana!) durante o festival acima mencionado. Eh pá, não é que me importe de ver este país virado do avesso, porque até lhe fazia bem... mas pela mão de americanos é que não!!!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Transmissão 1.1

Isto é apenas um teste.
Mais do que um teste à capacidade de colocar mensagens num espaço virtual, trata-se de um teste à própria sociedade humana em geral e à sociedade portuguesa em particular. Sociedade essa que definha com o passar dos dias, em que assistimos ao culto da decadência, ao emergir de castas inferiores que valorizam pechisbeques e personalidades mediáticas que ganham a vida a pontapear objectos esféricos ou a promover a auto-reprodução da degradação social através de telenovelas ou de programas televisivos que visam a exploração e a humilhação do ser humano.
A elite está corrupta, as massas estão podres.
E mais do que em qualquer outro lugar, esta triste realidade verifica-se diante dos nossos olhos, neste mesmo país à beira-mar plantado que dá pelo nome de Portugal.
E tal realidade nunca atingiu um ponto tão baixo.
Há quem tolere o rumo que este país está a tomar, há quem simplesmente desvie o olhar e tape os ouvidos.
Eu penso de outra forma.
E como tal, este "blog" espelhará todo o meu descontentamento para com tudo e todos aqueles perante os quais já não consigo permanecer calado e indiferente.
Afinal de contas, tenho direito à liberdade de expressão... ou será que não?